sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Desmatamento da Amazônia


Aumento da devastação em zonas e municípios tradicionais de expansão do desflorestamento expõe falha do governo na proteção à floresta.
Um mapa elaborado pelo ISA com os dados oficiais mais recentes mostra que as grandes obras e municípios campeões do desmatamento seguem como centros irradiadores da devastação da floresta amazônica (veja abaixo). O mapa considera apenas o chamado “arco do desmatamento”, zona tradicional de expansão da fronteira agrícola.
O desflorestamento continua muito alto nas áreas de influência da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), das usinas de Belo Monte (PA) e do Rio Madeira (RO). Ele também voltou a crescer em Altamira e São Félix do Xingu (PA), em Lábrea (AM) e Porto Velho (RO) – nesta ordem, municípios com as maiores áreas desmatadas, entre 2015 e 2016, e que também estão na lista do Ministério do Meio Ambiente (MMA) daqueles prioritários para o combate ao desmatamento. Foram devastados mais de 120 mil hectares de florestas no período só nesses quatro municípios – uma área quase do tamanho da cidade de São Paulo.
A permanência dessas regiões como zonas de expansão da destruição da floresta é um indicador do insucesso das ações de combate aos crimes ambientais, exatamente quando o desflorestamento volta a disparar.

No final de novembro, foi divulgada a taxa oficial preliminar do desmatamento na Amazônia: entre agosto de 2015 e julho de 2016, foram derrubados quase 8 mil quilômetros quadrados de florestas, um aumento de cerca de 30% em relação aos 6,2 mil quilômetros quadrados registrados entre 2014 e 2015. Trata-se do maior número observado desde 2009 (saiba mais). Com base nesses dados, o ISA produziu o mapa com as regiões mais devastadas.
Ambientalistas e pesquisadores vêm denunciando que a fragilização do Código Florestal, da fiscalização ambiental e de Unidades de Conservação (UCs) estimulou o desmatamento. O período 2015-2016 é o terceiro de alta dos índices do desmatamento desde a mudança da legislação, em 2012. Ontem (20/12), o governo alterou os limites de Ucs na região da BR-163, cedendo às pressões de políticos, produtores rurais e grileiros.

“O sinal que deu o novo Código Florestal foi interpretado de maneira extremamente rápida em campo”, diz Juan Doblas, assessor do ISA responsável pelo mapa. Ele afirma que várias regiões sofrem uma “epidemia de desmatamento”: a impunidade dos desmatadores ilegais termina por estimular mais desmatamento. “As medidas de combate ao desmatamento e restrição das atividades econômicas nos municípios da lista do MMA não estão funcionando. Elas precisam ser reforçadas”, defende.
Doblas chama a atenção principalmente para São Félix do Xingu e cobra operações mais efetivas de repressão aos desmatadores da parte dos governos federal e estadual na região, em especial com apoio de ações de inteligência.
O pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente (Imazon) Paulo Barreto acredita que o aumento do preço do gado também “fortalece a ameaça [à floresta], porque as pessoas ficam mais interessadas em desmatar”, aponta. “Essa ameaça pode aumentar e não ter efeitos se a floresta não está vulnerável, se o governo está vigilante, se não muda as regras. Mas quando a ameaça aumenta e o governo enfraquece a proteção, essa combinação leva a essa situação de aumento”, conclui.


Campeões do desmatamento
Pará, Mato Grosso e Rondônia continuam, nessa ordem, como os campeões da destruição da floresta: entre 2015 e 2016, eles registraram, respectivamente, 3 mil quilômetros quadrados (38% do total), 1,5 mil quilômetros quadrados (19%) e 1,3 mil quilômetros quadrados (18%) de desmatamento. O Amazonas, no entanto, apresentou a maior alta proporcional: entre 2014-2015 e 2015-2016, o desmatamento saltou de 712 quilômetros quadrados para 1099 quilômetros quadrados, um acréscimo de 54%.
André Tomasi, assessor do Instituto de Educação do Brasil (IEB), destaca que o sul do Amazonas tornou-se uma das frentes de desmatamento mais dinâmicas em função do esgotamento de parte dos remanescentes florestais em Rondônia, Acre e norte do Mato Grosso.
“É uma área tradicionalmente de baixa governança do Estado, que possui pouca capilaridade e atuação no campo”, ressalta. Ele lembra que muitos pecuaristas da região estão escoando gado por Rondônia, deixando de recolher impostos no Amazonas e evadindo divisas.

Por: Oswaldo Braga de Souza
Fonte: ISA

Questões:

(UNESP) Leia o texto abaixo e responda a questão a seguir.
“Mais de 12% da área original dessa vegetação já foram destruídos devido a políticas governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo e à pressão econômica, que levou à ocupação desorganizada e ao uso não sustentável dos recursos naturais. (...) As queimadas e o desmatamento tornaram-se constantes. Até o ano de 2000 mais de 415 mil Km2 tinham sido desmatados. O total da área queimada foi 2,5 vezes maior. Em algumas localidades, como Porto Velho (RO), os aeroportos chegaram a ser fechados algumas vezes por causa da fumaça das queimadas.”

Com base nas informações apresentadas, pode-se dizer que a devastação que ocorre no domínio vegetal, cujas características de ocupação são destacadas no texto, deve-se sobretudo a (o):
a – Intensa exploração madeireira que se implantou em seus domínios, atraída por incentivos fiscais que foram ofertados às empresas que se instalassem no Meio Norte.
b – Ocorrência de queimadas naturais durante o longo período de seca que ocorre nesse domínio do Centro-Oeste.
c – Modelo inapropriado de ocupação econômica que foi implantado, nas últimas décadas, na Amazônia.
d – Excessiva ocupação de espécies xerófilas em seus domínios, que são utilizadas, em larga escala, como matéria prima na indústria farmacêutica.
e – Ausência nessa paisagem vegetal de espécies hidrófilas, o que favorece a ocorrência de queimadas em seus domínios.

(Uemg 2010)  AMAZÔNIA – COMO SALVAR A FLORESTA?

 São inúmeros os dados que indicam a devastação dos 64 milhões de hectares da Amazônia. Só em setembro/2008, 587 Km² da floresta sofreram corte ou degradação progressiva. Boa parte da culpa cai sobre os pecuaristas. De um rebanho de 70 milhões de cabeças de gado em território brasileiro, 36% estão na Amazônia, o que faz com que 78% das áreas abertas da floresta sejam usadas para pastagem.
 Trecho Adaptado – Revista Galileu /Vestibular 2009.

 Considerando seus conhecimentos sobre o tema abordado no trecho acima, assinale, a seguir, a alternativa em que NÃO se apontou uma solução para os problemas da Amazônia:
a) Multiplicação das práticas da agricultura itinerante e da pecuária extensiva nas matas.  
b) Regularização fundiária e aumento dos estímulos fiscais para atividades sustentáveis.  
c) Efetivação do manejo da floresta, que corresponde a uma prática de conservação das matas.  
d) Expansão dos programas governamentais de combate às queimadas.  

(Ufrgs 2010)  Considere as seguintes afirmações sobre o processo de exploração econômica da Amazônia e a questão ambiental.
I – A derrubada da floresta contribui para o aumento da precipitação na região amazônica.
II – A derrubada da floresta contribui para o avanço e a consolidação da caantiga.
III – A exploração econômica atual compromete a sustentabilidade da Floresta Amazônica.
Quais estão corretas?                                                       
a) Apenas I.  
b) Apenas II.  
c) Apenas III.  
d) Apenas II e III.  
e) I, II e III.  

(Ufrgs 2010)  Considere as seguintes afirmações sobre a Amazônia Legal.
I – Ela foi estabelecida na década de 1960 para permitir que fossem aplicadas políticas públicas para o desenvolvimento da região.
II – O principal objetivo de sua criação foi a preservação da Floresta Amazônica.
III – Ela compreende os estados da Região Norte e os da Região Centro-Oeste.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.  
b) Apenas II.  
c) Apenas III.  
d) Apenas II e III.  
e) I, II e III.