sexta-feira, 19 de junho de 2020

Expansão da Covid 19 no Brasil

Avanço do coronavírus se dá principalmente pelo sistema rodoviário. Há uma área de concentração no Sul e Sudeste com dispersão reticular sobre o Centro-Oeste, Nordeste e Norte.

Interiorização da doença confirma que o país não chegou ao momento de falar em flexibilização das medidas de isolamento social, destaca geógrafo da USP.

São Paulo – Um estudo do Grupo de Geógrafos para a Saúde associa as condições geográficas do território brasileiro às possibilidades de expansão da covid-19 e alerta para a tendência de interiorização da doença. A expansão é comprovada em mapa desenvolvido pelos pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá (UEM),  Universidade Estadual Paulista (Unesp), Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Adolfo Lutz que integram o grupo.
A cartografia traz descrita toda a infraestrutura do país, a começar pela localização dos principais aeroportos nas capitais brasileiras. Mas identifica como o principal eixo de penetração da covid-19 a malha rodoviária. Mais ao norte, os geógrafos também observam uma porção ligada ao transporte hidroviário, considerado outro tipo de vetor da doença na região. 
O mapa também agrega informações sobre as terras indígenas e áreas urbanas com aglomerações subnormais, como favelas e cortiços – territórios de maior vulnerabilidade ao coronavírus. Ao final, o resultado é a identificação da possibilidade de contágio e dispersão. Com uma área maior de concentração da doença principalmente no Sul, Sudeste e áreas mais próxima das faixas litorâneas do Nordeste, com dispersão em projeção reticular sobre o Centro-Oeste e Norte. 

Interiorização da doença 

“Estamos percebendo a tendência de interiorização da doença no Brasil”, reforça o professor do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São paulo (USP) Wagner Ribeiro em sua coluna no Jornal Brasil Atual.
“Isso permitiria, evidentemente, tomar ações de precaução. Essa infraestrutura que eles cartografam já era conhecida. A pergunta é por que não se usa um instrumento dessa importância para já preparar esses polos todos?”, contesta o geógrafo. 
Ao jornalista Glauco Faria, Ribeiro explica que o conhecimento dessa circulação seria fundamental para a elaboração de políticas públicas que evitassem maior propagação do vírus. Ao contrário disso, diversas cidades já começam a ver medidas de flexibilização do isolamento social, criticadas pelo professor da USP. 

No eixo São Paulo

Ribeiro lembra que no estado de São Paulo, onde o governo João Doria (PSDB) apresentou o chamado Plano São Paulo, já há dois meses os pesquisadores da Unesp alertaram sobre o sistema rodoviário. De acordo com o grupo, as grandes cidades têm a possibilidade de ampliar o fluxo da doença para os pequenos e médios municípios. 
Agora, o plano estadual, embora apresente os números da doença e a disponibilidade de leitos na região, desconsidera esses eixos de penetração. O que, segundo Ribeiro, pode agravar o quadro da covid-19 nas cidades.
“É uma situação em que você tem que ponderar três aspectos fundamentais: primeiro, estamos já no decréscimo de novos casos? Tudo indica que infelizmente não.  Segundo aspecto, qual que é a capacidade de transmissão? Isso (é melhor), quanto mais perto de 1. Mas nós ainda não chegamos nesse número ainda, estamos em números elevados. Cada indivíduo está transmitindo para duas, três, quatro pessoas”, pontua. “E, terceiro, a própria infraestrutura de saúde, nós estamos com indicadores mostrando que algumas situações, 80% e  90% dos leitos ocupados. O que é muito preocupante.”
“Nós estamos muito longe desses números e estamos voltando com atividades presenciais e de contato social. Isso certamente pode gerar um novo pico da pandemia. E diante disso o recado é que, apesar dessa flexibilização, fique em casa”, alerta. 

Confira a entrevista



sexta-feira, 22 de maio de 2020

A Grande Muralha Verde

África está erguendo muralha de árvores que será maior estrutura viva da Terra

No futuro, haverá um muro gigante de árvores na borda do deserto do Sahel que cortará o continente africano de ponta a ponta. O projeto envolve 20 nações, sendo que em 11 delas a "Grande Muralha Verde" será construída - ou plantada - ao longo de 8 mil quilômetros de comprimento e 15 quilômetros de largura.

O que é a Grande Muralha Verde

Essa barreira natural, que irá cruzar o continente de leste a oeste, tem como grande objetivo minimizar os efeitos climáticos para as populações dos países. Até agora, já é possível ver alguns resultados muito positivos, como a reversão da desertificação de algumas regiões.
"O objetivo é proporcionar alimentação, emprego e futuro para milhões de pessoas que vivem numa região que é linha de frente das mudanças climáticas", explica o site oficial do projeto. "Quando estiver pronta, a Muralha Verde será a maior estrutura viva da Terra e uma nova maravilha do mundo".

Construção em um dos lugares mais pobres da Terra



A região do Sahel é uma faixa que corta o continente africano de leste a oeste, afetando mais de uma dezena de países. O lugar fica logo abaixo do deserto do Saara e sofre muitos impactos ligados às mudanças climáticas e falta de recursos naturais. Tudo isso será convertido quando a construção estiver concluída.

Iniciada em 2007, a Grande Muralha Verde deverá custar o equivalente a R$ 25 bilhões. O dinheiro vem do Bando Mundial, da ONU e da União Africana, além de algumas instituições europeias também apoiarem financeiramente.


Países que fazem parte da região do Sahel e receberão a Muralha de Árvores




  • Djibouti
  • Etiópia
  • Sudão
  • Eritreia
  • Chade
  • Níger
  • Nigéria
  • Mali
  • Burquina Faso
  • Mauritânia
  • Senegal