Por: Hermann Cavalcante Wherner
“A África divide-se em quatro partes… Em árabe, a terceira parte chama-se simplesmente Sahra, que significa deserto” (Leo Africanus, 1550)
O Grande Saara se distribui sobre cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados – área maior que o Brasil. Estendendo-se desde o litoral atlântico da África até o Mar Vermelho, a leste, por 4.800 quilômetros numa faixa de 1.600 quilômetros de largura.
A maior parte do Saara tem menos de 125 milímetros de chuva por ano, em decorrência principalmente de sua localização nas latitudes subtropicais de alta pressão, entre 15 e 35 graus ao norte do equador, onde os ventos típicos e a enorme distância dos oceanos deixam a atmosfera quase sem umidade.
A temperatura diurna do verão Saarico atinge e as vezes supera os 50 ºC. Porém, na superfície da areia e das rochas fica ainda mais quente, e já se registraram temperaturas de mais de 80 ºC na areia.
Durante o inverno, nas montanhas ao norte do deserto são comuns geadas, entretanto o ressecamento causado pela combinação de calor e vento constante contribuem para evaporar grande parte da água que efetivamente caiu no deserto.
O Saara nem sempre foi a desolação ressecada que é hoje, e sabe-se que durante os últimos 2 milhões de anos, ele já variou algumas vezes entre uma aridez maior e um relativo verdor.
Um gigante desértico onde rios, dunas, lagos, regs, oásis, diversos animais e vegetação diversificada são parte das diferentes faces da transformadora história climática e ecológica desta região.
“No deserto nem os chacais sobrevivem; existem apenas o addax e o feneco, que Deus criou para lembrar-nos da moléstia de nossas capacidades.” (Sidat Ag Sheik, chefe tuaregue)
O deserto de Kalahari possui uma área de 600.000 quilômetros quadrados, ocupando parte da Botswana, África do Sul e Namíbia, assumindo o posto de segundo maior deserto africano.
Ele não é tão estéril quando o Saara e algumas de suas regiões recebem mais de 250 milímetros de chuva mal distribuída anualmente. Estas chuvas predominantemente estivais produzem no solo uma cobertura gramínea esparsa, pontilhada por árvores mais o norte e com arbustos nas regiões mais áridas ao sul.
As temperaturas no verão do Kalahari variam entre 20 a 40 °C, mas algumas de suas regiões podem alcançar 50 °C. E no inverno, seu clima seco e frio é propicio a geada durante noite, e em alguns pontos as temperaturas podem ficar abaixo de 0 °C.
Estendendo-se numa estreita faixa de terra com cerca de 90 quilômetros de largura na costa sudoeste da África, ao longo do litoral atlântico da Namíbia ao sul de Angola, esta o deserto de Namib.
Considerado como o mais antigo deserto do mundo, tendo permanecido em condições áridas ou semiáridas há pelo menos 55 milhões de anos. Por ele flui uma corrente de ar proveniente de águas antárticas que fluem em direção ao norte, resfriando os ventos e tornando este ressequido deserto num ambiente frio e nevoento durante uma média de 200 dias por ano.
Apesar de sua atmosfera úmida e fria, menos de um centímetro de chuva cai anualmente sobre este deserto, tornando-o um bioma extremamente seco no qual praticamente não se sustenta nenhuma vegetação perene. E esta ausência quase total de proteção vegetal força sua fauna a adaptar-se à vida quase que exclusivamente sobre a areia, uma vez que não há raízes que ajudem na fixação do solo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário